7 de setembro de 2015

"Brasil, mostra a tua cara!"




   Dizem que só quando a gente perde algo é que percebe seu real valor. Acredito muito nisso. Não só acredito como vivenciei e vivencio nessa viagem, em que saí do Brasil em maio. Hoje o feijão não é o mesmo e tão comum, o maracujá e a manga são caros e difíceis de achar, o samba e o forró não tocam em uma festa, a água do mar não é tão quente e possível de banhar-se, não tem festa junina e 7 de setembro não é feriado. Não reclamo do que estou vivendo hoje e também sei que sou responsável pelas minhas escolhas. Aceito-as.

   Mas é incrível e até engraçado como conversar com outro brasileiro, escutar uma música do nosso país ou o hino nacional em um jogo de futebol, encontrar cachaça em supermercado, ver a bandeira, uma apresentação de capoeira na rua ou até mesmo na televisão a novela que fez sucesso há 10 anos em nossas terras têm a capacidade de nos confortar, matar a saudade e possibilitar um sorriso de orgulho e nostalgia. E tudo isso, que era muito comum, as vezes até banal, hoje têm um valor muito maior para mim e me faz ter a certeza de que amo o Brasil. Aqui, no exterior, nossa identidade é marcada, reconhecida e admirada pelos irmãos com outra nacionalidade, somos tratados melhor só por nascer na terra "do samba, do futebol e das belas praias", apesar de saber que não estamos restringidos a apenas isso. E percebo que esse reconhecimento e admiração deles não é a mesma que temos. Por que? 

   Porque acredito que não nos damos conta desse valor nacional. Não é necessário todos saírem do país para perceberem a falta que faz, como aconteceu comigo. Mas é necessário mudar pensamentos e atitudes. Por que Paulo Coelho é comumente visto como mal escritor e no exterior tão admirado? Por que Neymar tem tantos prêmios e joga no melhor clube do mundo mesmo com a pouca idade, mas é ridicularizado por grande parte de sua pátria? Por que a MPB, a Bossa Nova, o Axé e o Samba são tão escutados em demais países e têm grande fama, mas brasileiros muitas vezes preferem reverenciar o som europeu e americano? Tá faltando mais orgulho, mais amor, mais patriotismo...

  E associo essa crise nacional também aos constantes problemas na saúde, educação, segurança, transporte, política, economia, que desmotivam e nos dão sensação de impotência. Mas no meu Brasil ideal as pessoas focam mais nos nossos pontos positivos, nessa diversidade linda, nesse sorriso no rosto apesar de tudo, nas belezas naturais, na garra do povo e capacidade de improviso, na cultura forte e importante... Sejamos mais positivos, usemos nossos valores para mudar essa realidade de problemas, confiemos em nosso potencial como sociedade para melhorar nosso país, valorizemos mais o que temos, lembremos que esse dia não é apenas um feriado que possibilita viagem e descanso, mas uma data para reforçar nosso valor como nação, demonstremos mais união e compaixão, sejamos mais BRASILEIROS!   

Acredito em um Brasil melhor. Depende somente de nós. E sei que somos capazes, já provamos isso.

7 de setembro - Dia da Independência do Brasil


Dois vídeos que auxiliam a percepção dos nossos valores nacionais e do quanto somos abençoados....
Valorize :)


 

9 de maio de 2015

Um Lasanha em cada um, um Pontal para sempre.


Lasanha: um dos grandes amigos.

Sabe porquê eu gosto tanto do Lasanha? Porque eu vejo nele as principais características dos meus amigos de Pontal e que me fizeram gostar tanto desse lugar. Ele é assim, simples, tranquilo, mas fiel a qualquer amigo. Valoriza uma companhia. Valoriza uma pessoa, a relação social.
Ele tem suas manias e é estranho em um primeiro olhar, julgam diferente e se afastam por algumas atitudes, mas nem sempre percebem que tem um grande coração, que quando é chamado vem correndo ficar pertinho e que é fiel a quem o valoriza. Se alguém tenta te atacar, protege. Se alguém chega perto, cuida de longe. Se te fazem bem, fica com ciúme. Tu encontra ele no mercado, no correio, na praia, nas festas e na tua própria casa, principalmente se tiver comida. Mas nunca reclamei de estar com ele, por ser um amigo nas horas boas e ruins, por demonstrar afeto de todas as formas e por dar hoje muita saudade. Vocês também são assim, meus amigos pontalenses. E guardo cada um no coração, onde quer que eu esteja. O Lasanha é diferente, Pontal é diferente, os pontalenses são diferentes. Mas apaixonantes, eternos!


A praia que deu os dias de futebol, surf, corrida, cerveja, violão, banho, noctiluca, amor, luau, estrela cadente. Que deu o refúgio.


Ontem um ciclo de 6 anos se encerrou na minha vida. Hoje um novo começa. Foi difícil engolir o choro e a única tática usada foi fazer tudo ser breve, rápido. Porém, essas despedidas rápidas são mais frias do que eu desejava. Queria conseguir e saber falar tudo o que penso e sinto para meus amigos, olhando no olho. Preciso de mais treino, acho que hoje só consigo escrevendo. Espero que nesse tempo eu tenha conseguido demonstrar tudo isso, para que palavras ditas ou escritas não sejam tão necessárias.



Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, nem tenho nada muito planejado. Descobri que não precisa. Hoje isso não me dá medo, porque quando caí de paraquedas em Pontal, em 2009, logo depois de fazer 18 anos, também não sabia o que estava reservado pra mim, não tinha ideia da cidade que iria morar e tudo era um pouco assustador, apesar de saber que estava entrando "na melhor fase da vida". Contudo, tinha a desvantagem de ainda não saber viver sem os pais, de não ter experiência para resolver sozinho os problemas, por ser tímido e de difícil relação social, por sentir saudade de tudo vivido e acostumado em Santa Catarina. 
Hoje também sinto saudade de um lugar e das pessoas que conheci nele. Me fizeram virar um homem, me transformaram, me ensinaram muito e me deram diversas oportunidades. Quando achei que ia embora, consegui um emprego e tive mais 16 meses para me despedir. Foi o melhor jeito, o ideal. Hoje sou feliz e sei o que quero pra minha vida, tenho mais certeza que vou conseguir. Porque em cada dificuldade sei que poderei contar com meus amigos, em cada tristeza sei que estarão rezando e torcendo por mim, em cada conquista sei que estarão me apoiando. E isso me basta.

Valeu, Pontaleera!


O pôr do sol de Pontal nunca vai sair da cabeça, sempre vai dar saudade. Obrigado!