6 de junho de 2017

REFLEXÕES DE UMA NOITE SEM SONO





Vivemos em tempos de muito fone de ouvido e pouca roda conversa, de sala fechada ao invés de espaço aberto e integrador. Tempos de individualismo, que promove a competitividade em todos os cantos: quem tem mais bens, mais likes, quem votou melhor, quem faz mais coisas, viaja mais... E nessa jornada de competição, cada insucesso é uma grande frustração. Não nos permitimos mais errar. Nem podemos assumir o erro. Afinal, o que todos irão pensar?

O problema é quando esses erros não geram reflexão e evolução, mas sim negativismo. E pior, esse negativismo geralmente é passado aos outros como forma de conselho ou orientação. Muitas vezes não traz benefícios ao outro, mas talvez nos tira um pouco a carga das costas. Você já deve ter ouvido na vida algo semelhante a:

"Acho difícil você conseguir algo, me formei há 2 anos e não encontrei nada ainda. Não recomendo!"
"Ser jogador de futebol é muito difícil, vai fazer outra coisa!"
"Sair da escola é fácil, quero ver passar no vestibular..."

E assim geramos uma cultura do medo. Postura que não motiva, mas tenta mostrar que sempre o passo seguinte é o difícil. Que quando a luz do túnel tá aparecendo ela já vai apagar. Não dá forças, mas diz que o mundo é cruel. 

Será que essa não é uma forma de aliviarmos nossas dores e frustrações atribuindo o insucesso aos fatores externos somente? Será que não sabemos reconhecer que as pessoas possuem habilidades próprias, sentimentos e forças impensadas, capacidades específicas? 

Excluímos o fator "ser" da análise. Generalizamos e não admitimos que as pessoas podem e devem ir atrás dos seus sonhos, de sua felicidade! Que é difícil, mas possível. Que muitas conquistas vêm através de muito suor e não justificam julgamentos: 

"Só conseguiu porque é bonita", "Deu certo porque tiveram pena", "ah, deu sorte", "ali deve ter tido um padrinho", "deve ter comprado alguém..."

Esquecemos que as situações são únicas, as pessoas são únicas e sempre pode haver alguém abrindo uma porta que não conseguimos abrir. Ou seja, vivemos num mundo muito mais individualista, mas não reconhecemos o poder de cada indivíduo... Doideira, não?

Bora incentivar? Ajudar? Dar forças? Passar nossa experiência de insucesso e mostrar como outros podem fazer diferente? A vida é adaptativa e se constrói junto! Devemos e podemos mais 💚